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Mostrando postagens de janeiro, 2009

A Degenerescência do Partido Bolchevique

Leon Trotsky* O partido bolchevique tinha preparado e obtido a vitória de Outubro. Tinha construído o Estado soviético dando-lhe uma firme ossatura. A degenerescência do partido foi a causa e a conseqüência da burocratização do Estado. Importa mostrar, pelo menos brevemente, como as coisas se passaram. O regime interno do partido bolchevique é caracterizado pelos métodos do centralismo democrático. A união destas duas noções não implica qualquer contradição. O partido velava para que as suas fronteiras se mantivessem estritamente delimitadas, mas entendia que todos os que penetrassem no interior destas fronteiras deviam usufruir realmente o direito de determinar a orientação da sua política. A livre crítica e a luta de idéias formavam o conteúdo intangível da democracia do partido. A doutrina stalinista, que proclama a incompatibilidade do bolchevismo com a existência de facções, encontra-se em desacordo com os fatos. É um mito da decadência. A história do bolchevismo é, na r

Marx e o Centralismo*

V.I. Lenin [...] Marx afasta-se, ao mesmo tempo, de Proudhon e de Bakunine precisamente na questão do federalismo (não falando na ditadura do proletariado). O federalismo deriva, em principio, do ponto de vista pequeno-burguês do anarquismo. Marx é centralista, e, em todas as passagens dele citadas, não se pode encontrar a menor infidelidade ao centralismo. Só as pessoas imbuídas de uma "fé supersticiosa" no Estado é que podem tomar a destruição da máquina burguesa como destruição do centralismo. Ora, se o proletariado e os camponeses mais pobres se apossam do poder político, organizando-se livremente em comum e coordenando a ação de todas as comunas para ferir o Capital, destruir a resistência dos capitalistas, restituir a toda a nação, à sociedade inteira, a propriedade privada das estradas de ferro, das fábricas, da terra, etc., não será isso centralismo? Não será isso o centralismo democrático mais lógico e, ainda melhor, um centralismo proletário? Bernstein não

BIBLIOGRAFIA BÁSICA: CLASSES SOCIAIS

Karl Marx e Friedrich Engels, Manifesto Comunista, Coleção Cadernos Marxistas, Editora José Luis e Rosa Sundermann, São Paulo, 2003. Friedrich Engels, Do socialismo utópico ao socialismo científico, Coleção Cadernos Marxistas, Editora José Luis e Rosa Sundermann, São Paulo, 2004. Friedrich Engels, A origem da família, da propriedade privada e do Estado, Editora Escala, São Paulo. Vladimir I. Lênin – Escritos sobre sindicatos, Editora Polis, Teoria e História 4, São Paulo, 1979. Nicolai Buckarin e Eugene Preobrazhenski, ABC do Comunismo, Global Editora, 1980. Paul Lafargue, Karl Marx, O Capital, Extratos por Paul Lafargue, Conrad Livros, 2004. Carlo Cafiero, Compêndio de O Capital, Editora Centauro, 2001. Nahuel Moreno, Conceitos fundamentais do materialismo histórico, As revoluções do século XX, publicado pela Câmara dos Deputados, Brasília, 1989.Nahuel Moreno, As revoluções do século XX, Editora José Luis e Rosa Sundermann, São Paulo, 2003. José Welmovicki, Fórum Social Mundial: morte

O PROLETARIADO DO COMERCIO E DO ESTADO E O TRABALHO PRODUTIVO *

O. Beluche Para Marx, o operário comercial é um operário assalariado como outro qualquer. Em primeiro lugar, porque seu trabalho é comprado pelo capital variável do comerciante e não pelo dinheiro gasto como renda, o que quer dizer que não se compra simplesmente para o serviço privado de quem o adquire, mas com fins de valorização do capital desembolsado. Em segundo lugar, porque o valor de sua força de trabalho e, portanto, seu salário, está determinado, da mesma forma que nos demais operários assalariados, pelo custo da produção de sua força de trabalho específica e não pelo produto de seu trabalho. “No entanto, entre ele e os operários empregados diretamente pelo capital industrial tem de mediar a mesma diferença entre o capital industrial e o comercial e a que existe, portanto, entre o capitalista industrial e o comerciante. O comerciante, como agente da circulação, não produz mais-valia (...), razão pela qual tampouco os operários mercantis dedicados por ele

O DIA DA MULHER * Alexandra Kollontai

Alexandra Kollontai O quê é o dia da Mulher? É realmente necessário? Será que é uma concessão às mulheres da classe burguesa, às feministas e sufragistas? Será que é nocivo para a unidade do movimento operário? Estas questões ainda são ouvidas na Rússia, embora já não no estrangeiro. A vida mesma deu uma resposta clara e eloqüente a tais perguntas.O Dia da Mulher é um elo na longa e sólida cadeia da mulher no movimento operário.

SOBRE O PROGRAMA *

V. I. Lênin Todos esses exemplos mostram como a fábrica acentua a exploração dos operários e a generaliza, transforma-a em toda uma "ordem de coisas". O operário, queira ou não, tem que medir forças, agora não com um patrão isolado, sua vontade e suas afrontas, mas sim com a arbitrariedade e as perseguições de toda a classe patronal. O operário vê que quem o oprime não é um capitalista qualquer, mas toda a classe capitalista, porque em todas as empresas vigora o mesmo sistema de exploração; um capitalista isolado nem sequer pode renunciar a essa ordem de coisas: se, por exemplo, lhe ocorresse reduzir a jornada de trabalho, suas mercadorias ficariam mais caras que as de seu vizinho, que as de outro patrão que obrigasse o operário a trabalhar mais horas pelo mesmo salário. Para conseguir uma melhoria em sua situação, o operário tem que enfrentar agora toda uma organização social voltada para a exploração do trabalho pelo capital.

SOBRES AS GREVES

V. I. Lênin Nos últimos anos, as greves operárias são extraordinariamente freqüentes na Rússia. Não existe nenhuma província industrial onde não tenha havido várias greves. Quanto às grandes cidades, as greves não cessam. Compreende-se, pois, que os operários conscientes e os socialistas se coloquem cada vez mais amiúde a questão do significado das greves, das maneiras de realizá-las e das tarefas que os socialistas se propõem ao participarem nelas.

História da Intifada Palestina

Artigo de Cecília Toledo publicado na revista Marxismo Vivo e no especial Infatifada Paletina do site do PSTU. Israel: cinco décadas de pilhagem e limpeza étnica Por Cecília Toledo, jornalista e militante do PSTU, para a revista Marxismo Vivo “Foi para uma terra sem povo que lentamente, no final do século passado, começou a se encaminhar um povo sem terra”. 1 Essa história, que desde a fundação de Israel em 1948 vem sendo martelada na cabeça dos povos do mundo inteiro, começa a ruir. E já não mais apenas por obra dos marxistas revolucionários, mas dos próprios israelenses. Tom Segev, um dos mais destacados historiadores de Israel da atualidade, entrevistado recentemente pelo jornal Folha de S.Paulo 2 , demonstra essa falácia. Autor do livro 1949 – Os Primeiros Israelenses, Segev se baseia no diário do pai-fundador de Israel, David Ben Gurion, no qual ele descreve sua política para forçar a saída dos árabes do recém-criado país. O livro, antes repudiado por mostrar que a versão