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Mostrando postagens de junho, 2011

A ANÁLISE MARXISTA DAS ETAPAS DA LUTA DE CLASSES- N. MORENO

Do livro  “O Partido e a Revolução”. Ed. José Luis e Rosa Sundermann , São Paulo, 2008 Para formular nossa política, a primeira coisa a fazer é definir com todo cuidado, a etapa da luta de classes que atravessa o país, o continente, o mundo, um sindicato, uma fabrica ou, inclusive, um colégio ou uma faculdade. A base para análise e caracterização marxistas é a situação da luta de classes. Isto significa que se trata, antes de mais nada, de uma análise estrutural, que deve responder seguinte pergunta: qual é a relação de forças entre as classes na situação que queremos caracterizar? Sobre essa base se incorporam os elementos superestruturais: a situação dos partidos políticos, dos sindicatos e outros organismos de massa das diferentes tendências existentes no seu interior, etc. A relação de forcas geral entre as classes se expressa no tipo de regime que existe em cada etapa. Uma mudança geral na relação de forças (isto é, na etapa) se transforma, em curto prazo numa mudança de re

Começou a revolução brasileira? Nahuel Moreno - 1984

CARTA DE NAHUEL MORENO À DIREÇÃO DE ALICERCE Começou a revolução brasileira? Buenos Aires, 11 de maio de 1984 À direção de ALICERCE Estimados camaradas: Impactados pelos acontecimentos que comovem vosso país, resolvemos seguir diaria­mente a situação e ler, enquanto cheguem, vossos documentos. Pensamos assim colabo­rar com vocês, ainda mais do que vínhamos fazendo, na elaboração de vossa política. Lemos os seguintes materiais: os dois últimos jornais, o documento de 28 de abril e o boletim Interno nro.17 de 3 de maio. Acreditamos que vossa análise da situação pode sintetizar-se esquematicamente em três pontos (vocês dirão se estamos enganados): Primeiro: definem a situação como revolucionária a partir do "gigantesco comício de um milhão de pessoas no Rio de Janeiro pela campanha das diretas". Completam e precisam esta definição com outra: não houve crise revolucionária. Esta crise, da mesma forma que a queda do governo, o triunfo da Emenda no Parlamento e a greve geral, est

O que é situação revolucionária?

Extratos do livro Revolução do Século XX - Nahuel Moreno AS DISTINTAS SITUAÇÕES As definições que demos sobre revoluções nos permitem precisar as situações de luta de classes, ou seja, quais condições têm que ocorrer na realidade para que estas revoluções se produzam. A situação não-revolucionária     Como já assinalamos, até a Primeira Guerra Mundial e a eclosão da Revolução Russa de 1917, a época era reformista, não-revolucionária.     A burguesia era cada dia mais rica, mas ao mesmo tempo toda a sociedade era mais rica, tanto nos países capitalistas avançados como em algumas semicolônias privilegiadas como a Argentina.     Apesar de que a burguesia não dava nada de presente aos trabalhadores, quando estes safam à luta podiam ir conquistando o que necessitavam: a jornada de 8 horas, melhores salários, organizações sindicais e partidos operários poderosos e legais. Houve lutas, e muito duras, para conseguir estas conquistas. Mas o fato de que pudessem conquistá-l

As Épocas e Etapas da Luta de Classes - Nahuel Moreno

Capítulo do livro Revoluções do Século XX Quando se produzem as revoluções sociais? Por que ocorrem essas mudanças bruscas, abruptas e violentas, geralmente sangrentas, nas classes sociais e no estado? Como vimos, a lei fundamental que move a espécie humana é o desenvolvimento das forças produtivas, isto é, o avanço da capacidade humana de explorar, cada vez mais e melhor, a natureza, através das ferramentas e da tecnologia, melhorando continuamente as condições de vida da humanidade. Nesse avanço vão acontecendo revoluções, com a descoberta ou invenção de novas ferramentas e técnicas, que permitem explorar mais facilmente as matérias primas oferecidas pela natureza e, inclusive, permitem que certos recursos naturais que não eram usados como matéria-prima para a produção, passem a sê-lo (por exemplo o urânio, que antes das descobertas da física e da tecnologia nuclear não servia para produzir nada).