Umas poucas palavras acerca do regime do partido Leon Trotsky. Tradução* de Raphael Guedes Durante os últimos meses recebi cartas sobre o regime interno de um partido revolucionário de vários camaradas aparentemente jovens, desconhecidos para mim. Algumas destas cartas queixam-se da “falta de democracia” na sua organização, da dominação dos “dirigentes” e coisas do gênero. Camaradas individualmente pedem-me que forneça uma “fórmula clara e exata sobre o centralismo democrático” que evite falsas interpretações. Não é fácil responder a estas cartas. Nenhum dos meus correspondentes sequer tenta demonstrar clara e concretamente, com exemplos reais, exatamente onde reside a violação da democracia. Por outro lado, na medida em que posso julgar do exterior, com base no seu jornal e nos seus boletins, a discussão na sua organização está sendo conduzida com total liberdade. Os boletins contêm textos de representantes de uma pequena minoria. Disseram-me que o mesmo se aplica às suas reuniões de
Trecho do Manifesto do Partido Comunista de Marx e Engels, disponível em: http://www.marxists.org/portugues/marx/index.htm A história de toda sociedade [ii] existente até hoje tem sido a história das lutas de classes. Homem livre e escravo, patrício e plebeu, senhor e servo, mestre de corporação e aprendiz, numa palavra, opressores e oprimidos, em constante oposição, têm vivido numa guerra ininterrupta, ora franca, ora disfarçada; uma guerra que terminou sempre, ou pela transformação revolucionária da sociedade inteira, ou pela destruição das duas classes em luta. Nas primeiras épocas históricas, verificamos, quase por toda parte, uma completa divisão da sociedade em classes distintas, uma escala graduada de condições sociais. Na Roma antiga encontramos patrícios, cavaleiros, plebeus, escravos; na Idade Média, senhores, vassalos, mestres, aprendizes, servos; e, em cada uma destas classes, outras camadas subordinadas. A sociedade burguesa moderna, que brotou das ruínas